domingo, 5 de julho de 2009

AS ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Para oferecer uma nova prova de que não existe um método único de "fazer" ciência, diferentes fontes descrevem as etapas do método científico de maneiras diversas. Algumas delas mencionam três etapas, outras apenas duas. Em termos fundamentais, porém, elas incorporam os mesmos conceitos e princípios. Diremos que existem cinco etapas fundamentais no método científico.

De uma forma genérica, o método científico consiste nos seguintes passos:
1. Desenvolvimento do problema (definição e delimitação do problema): uma pergunta, por exemplo.
2. Formulação de uma hipótese: a possível resposta para a pergunta com base em informações anteriores.
3. Recolha de dados (informação): colecta de informações relevantes para responder à pergunta formulada.
4. Análise e interpretação dos resultados: verificação se a resposta obtida é satisfatória.



A essência da Ciência é a validação através da observação, por isso é de fundamental importância o método científico dentro da Ciência. Nenhuma teoria pode ser provada, ela só pode ser validada, pois mesmo depois de mil experiências que produzam resultados consistentes com uma teoria científica, basta uma, apenas uma, que resulte contrária para derrubar uma teoria científica. Por estranho que pareça, uma teoria científica é uma teoria que em tese pode ser falsificada. Por exemplo, a afirmação "O pai Natal existe" não é uma "teoria científica" no sentido que não pode ser falsificada, portanto não pertence ao domínio da Ciência o estudo de tais afirmações.
A ciência revolucionou o mundo, e o Homem já não abdica dela, pode-se confirmar que habitamos numa sociedade em que a tecnologia e a ciência se relacionam de tal forma que se tornam indissociáveis; diz-se por isso e claramente que “toda a ciência é, na verdade tecnociência”.
A sociedade tecnocientífica é uma sociedade completamente aberta à ciência e bastante técnica. Recorrendo a vários tipos de engenhos dá origem a grandes e importantes mudanças no dia-a-dia de toda a civilização.
A tecnologia parte, no entanto de acesas discussões acerca dos seus benefícios e das suas desvantagens, e é evidente que o progresso tecnológico-científico tem sido muito necessário para o desenvolvimento da nossa sociedade. É justamente devido ao conhecimento obtido que o ser humano pode hoje “louvar” o conseguir contornar e terminar com muitas das doenças, controlar a mecânica, a electrónica, a informática e até um dos mais completos e complexos meios de informação, que é a Internet. Num futuro próximo, a avaliação de uma mera gota de sangue irá permitir prever a predisposição de um indivíduo para desenvolver determinada doença. É notavelmente um motivo de orgulho, entre muitas outras coisas.
É de sublinhar que “o avanço da tecnologia é importante, porém é necessário que tenhamos consciência do que estamos a criar e para que isto está a ser feito”, ainda para mais, quando há a consciência de que a Tecnociência é “responsável” por certas questões que atormentam a civilização no actual momento histórico de hegemonia. É devido a isso que se diz que todos estes progressos científicos são bastante ambíguos, uma vez que se pode remeter quer para o bem, quer para o mal, quer na melhoria da felicidade como no agravamento dos contratempos.
O desenvolvimento da tecnociência ofereceu a essência para vários veículos motorizados, gerou bastantes indústrias, criou armas nucleares e biológicas de grande potencial. As consequências de tais avanços foram o ter permitido mais mobilidade mas ao mesmo tempo a degradação do ambiente, o esgotamento dos recursos naturais, as desigualdades no poder, do domínio sobre tudo e na ganância. A comunidade científica deliberou um exame de consciência em que o resultado equivaleu a um desdobramento da diferença alheia entre a tecnologia e a ciência.
Existe um elemento negativo que é importante referir e que está patente na nossa sociedade, aquilo a que se chama o custo de oportunidade, ou seja, por exemplo a deliberação de adquirir um computador por parte da uma família pode parecer racional se relacionada separadamente, mas não se a família estiver em dificuldades financeiras e tiver de deixar de comprar os alimentos para ter um computador, uma situação análoga à tecnociência, pode-se pensar acerca do quão sensato não seria aplicável aos recursos destinados à exploração da alta tecnologia, que em grande parte dos casos são acessíveis às classes mais ricas, na remoção das causas das questões de saúde da grande maioria pobre da população mundial.
A criatividade e o dinamismo do ser humano têm vindo a ser ameaçadas mediante a utilização de máquinas, assim como pelas nossas atitudes deliberadas de forma mecânica. Hoje em dia, já não intervimos da forma que se acha ser melhor, mas da maneira que nos é imposta como sendo a mais correcta.
É então preciso que sejam aplicados alguns limites políticos assim como éticos, que possam vir a administrar a força da tecnociência. A comunidade técnica acarta consigo um dever metafísico, “desde que o homem se tornou perigoso, não apenas para ele mesmo, mas para toda a biosfera”.
E a renovação da relação de simbiose estabelecida por homem/natureza é dos primeiros passos a ser dado perante a arquitectura do mal perpetrada por intelectos teórico-práticos.

"No dia 26 de Abril de 1986, o reactor nº 4 da central nuclear de Chernobyl na Ucrânia, explodiu.
Quinze anos mais tarde, a população ucraniana continua a pagar uma factura pesada pela maior catástrofe nuclear civil de todos os tempos.
De uma maneira geral, observa-se um aumento nítido dos cancros da tiróide nas crianças que vivem nas proximidades da central. Entre os adultos, o aumento do número de cancros não parece, de momento, tão significativo. Todavia, as consequências para a saúde humana deste acidente estão longe de ter sido completamente avaliadas. Além disso, cerca de quatro milhões de pessoas vivem ainda em áreas que apresentam níveis de radioactividade superiores ao normal. (…)"


O cientista tem o papel de informar o público, criar uma opinião pública. O seu conhecimento científico deveria ser compartilhado preferencialmente com o público, pois será ele quem irá receber, mesmo que de maneira passiva, os frutos destes trabalhos.
Ao entender o cientista como um ser social tal como qualquer outro, sem dividir em degraus a hierarquia do saber, fica mais fácil actuar. O cientista, entendendo o papel que ele tem na sociedade como mais um membro e, com uma importância diferenciada, talvez entenda que esteja nas mãos desta “elite científica” o rumo para a mudança mundial. O cientista tem um compromisso com a sociedade e, por isso, tem o dever de prestar contas do seu trabalho. A sociedade é quem financia, motiva e é uma das bases para o desenvolvimento de um projecto de pesquisa científica. A sociedade é quem vai decidir se adoptará ou não a tecnologia, ou o seu produto final, seja qual for, gerado pelo pesquisador.
Por outro lado, na complexa relação entre o cientista e a sociedade, deveríamos incluir o papel das instituições científicas, a quem, a meu ver, cabe mais do que ao cientista a responsabilidade política do bom ou mau uso dos avanços e descobertas científicas. As instituições são, em última análise, as responsáveis pelo uso ponderado dos recursos e pelas avaliações dos resultados e seu significado. É a elas que os governos e a sociedade atribuem a responsabilidade pelo impacto de tudo aquilo que ocorre nos laboratórios que levam o seu nome.

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